terça-feira, 2 de agosto de 2022

Buscando minha nova identidade...

Depois de mais de 10 anos da primeira postagem desse blog, nunca imaginei que chegaria a hora de escrever sobre isso. Por aqui já passaram diversas versões minhas: a Amanda acadêmica, a Amanda apaixonada, a Amanda rejeitada, a Amanda livre, leve e solta, a Amanda conselheira, a Amanda centrada, a Amanda distraída, e hoje apresento a vocês a Amanda mãe.


É engraçado olhar pra trás e avaliar todo esse processo incrivelmente transformador que trouxe minha filha pros meus braços. Na verdade, ele começou lá na metade de outubro/2021 com o teste de gravidez positivo, acho que foi lá que eu nasci como mãe, meio desajeitada, mas já era mãe. Um misto de euforia, por poder ser agraciada com a benção de gerar uma vida, e, ao mesmo tempo, a realização de um sonho pessoal, com medo, eram muitas as perguntas que passaram a me atormentar: seria a hora certa? Eu estava de fato preparada? 


Ao longo dos meses, enquanto Manoela crescia dentro de mim, crescia também a ansiedade e a expectativa sobre como seria a minha vida, a nossa vida, daqui pra frente, afinal de contas, um filho é um divisor de águas na vida de qualquer pessoa. Noites mal dormidas, roupas que não cabiam mais, hormônios à flor da pele, mobilidade reduzida, mas nada disso nunca importou. E num piscar de olhos, eis que chega o momento do nosso primeiro encontro: quatro dias no hospital, as primeiras 24h de indução com um total de zero avanços. A minha única certeza era que eu só sairia da maternidade com ela nos braços. Dei entrada por volta das 15h30 do dia 25/06/2022 e as 23h35 do dia 26 iniciaram a administração de ocitocina na veia. Quão poderoso é esse hormônio, meu Deus! Foram menos de 6h de trabalho de parto ativo, não tive tempo nem de monitorar as contrações. Por volta das 2h do dia 27, as contrações já estavam ritmadas, chuveiro, bola de Pilates, playlist de músicas "cantáveis", a dor se intensificando, cansaço, e um papai parceiro que não me deixou desistir em nenhum momento. Eu urrava de dor e pedia a Deus por mais de força, e ao mesmo tempo conversava com a Manoela, dizendo que o seu nascimento seria o nosso primeiro trabalho em equipe e eu precisava muito da ajuda dela, e pasmem, ela me ouviu. Por volta das 4h eu já estava com 9cm de dilatação, e dali pra frente me deixei levar por aquele ritual animalesco e primitivo que é o ato de parir. Manoela veio direto pros meus braços às 5h42 do dia 27 feito os primeiros raios de sol da manhã pra iluminar e dar mais sentido à minha vida. 


De uma coisa eu tenho certeza absoluta: eu não mudaria absolutamente nada na minha caminhada ao longo dos meus quase 29 anos só pra te ter na minha vida, filha.


Te amo.

Com amor, Mamãe.


Nenhum comentário:

Postar um comentário